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sábado, 5 de maio de 2018

EDUCAÇÃO DE FILHOS: LIBERDADE E OPRESSÃO


Estávamos, eu e minha esposa, em um supermercado que entre outras coisas também serve refeições. Fomos almoçar e já estávamos quase no fim da refeição, quando entrou uma senhora de mais ou menos 35 anos, com um menino de 5 anos. “Filho, vamos sentar aqui nesta mesa”, disse ela ao menino. “Não, ai não, vai ser aqui. Eu é que escolho”, respondeu o filho. “Você não escolhe, sou que escolho e você obedece”, respondeu. Enquanto mãe e filho discutiam, fomos ao caixa para pagar nosso almoço. Na saída olhei para a mãe e o menino e eles estavam assentados no lugar escolhido pelo menino.
No dia seguinte, no mesmo lugar deparamo-nos com uma mãe sentada com seus dois filhos. Um menino de 7 e uma menina de 4 anos. A menina chorava e sentada no chão dizia: “Quero sorvete... eu quero sorvete”. A mãe olhou para ela e disse: “Levanta dai, senta e termina de comer”. A menina levantou, sentou, mas não terminou de comer e insistia no sorvete. A mãe pegou a filha pela mão e dirigiu-se ao caixa seguido do filho mais velho. Pagou e foi embora sem comprar o sorvete para filha. E a menina não fez nenhuma birra. Não sei o que a mãe disse para a filha, mas a menina entendeu que era para valer.
Fiquei pensando como essas crianças seriam quando chegassem à fase adulta. Talvez tenhamos aqui exemplos de uma educação permissiva e a outra opressora. Como o mês de maio é tradicionalmente dedicado à família, me proponho, neste curto espaço, refletir sobra a tarefa de educar filhos. Não há fórmula mágica, mas os pais precisam encontrar o ponto de equilíbrio entre a permissão excessiva e negação total, entre liberdade e opressão.
Um dos elementos importantes na educação é o diálogo. Quem é da minha época, década de 50 e 60, deve lembrar-se de que a educação era muito rígida e severa. Era composta por limites castradores e não muito raramente seguido de castigos físicos. A distância entre pais e filhos era enorme. Felizmente muitas mudanças ocorreram para uma maior aproximação de pais e filhos. Quando for falar com seu filho ou filha se abaixe para ficar na mesma altura. Olhe nos olhos da criança e converse. Fale de suas lutas, dificuldades, sonhos, conquistas e fracassos. Humanize-se. Deixe que a criança te conheça com suas qualidades e defeitos.
Outro elemento é ensinar a criança o valor da liberdade. Ela é essencial à vida humana em sociedade. Mas ensine também que a liberdade tem limites. Muitos pais deixam que seus filhos façam o que querem. Assim eles se tornam indisciplinados e arredios a qualquer determinação dos adultos. Não deixe seu filho ou filha sem limites. Uma criança que não tem limites não se sente amada, não se sente valorizada pelos pais. Autoritarismo e permissividade são dois comportamentos radicais e nocivos para a educação.
Ainda há mais um elemento que julgo importante na educação de filhos: o exemplo. Na frente de seus filhos demonstre respeito e carinho para com os mais velhos. Trate bem e com dignidade as pessoas que lhe prestam serviços como o frentista do posto de gasolina onde você abastece seu carro, o atendente da farmácia, o caixa do supermercado, o feirante, o quitandeiro, o vizinho. Faça isso na frente de seus filhos e diga a eles como é importante respeitar e valorizar o outro.
Creio que assim, e com a graça de Deus, você estará educando filhos que serão bons cidadãos.
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz