MEUS PARCEIROS

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

85 ANOS DA MISSÃO CAIUÁ

“(...) e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, (...)”(Ap 7.9)

A Missão Evangélica Caiuá, com sede em Dourados, MS, realiza trabalhos evangelísticos, assistenciais entre diversas tribos indígenas do país. Atualmente ela é uma parceria das Igrejas Presbiteriana do Brasil (IPB) e Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB). Tem por objetivo evangelizar o índio e habilitá-lo para a vida entre a sociedade branca, procurando preservar a identidade e os costumes da aldeia. E para isso oferece educação bilíngue em português e na língua falada pelos indígenas.

Sua origem se deve ao desejo do Rev. Albert Maxwell de ajudar o índio Kaiwá que vivia na região de Dourados na década de vinte. Como essa intenção o Rev. Maxwell vai até São Paulo e, através do apoio da Comissão Brasileira de Cooperação das Igrejas Evangélicas, organiza a Associação Evangélica de Catechese dos Índios em 28 de agosto de 1928. Esta associação sediada em São Paulo envia, através se suas respectivas igrejas, os seguintes missionários para Dourados: Rev. Albert S. Mawwell e sua esposa Mabel Maxwell através da Presbyterian Church in the United States, o médico Dr. Nelson de Araújo da Igreja Metodista, o agrônomo Sr. João José da Silva, sua esposa D. Guilhermina Alves da Silva, pela Igreja Presbiteriana do Brasil e o professor Esthon Marques da Igreja Presbiteriana Independente. É criada assim, a “Missão Evangélica Caiuá”.

Em 1942 o Rev. Maxwell contrai uma doença nos pulmões e deixa a Missão voltando para os Estados Unidos, com sua esposa e filhos. Para substituí-los foram designados o Rev. Orlando Andrade e sua esposa D. Lóide Bonfim de Andrade. Em vinte e três de setembro de 1943 o casal é admitido na Missão Caiuá com sustento proveniente da Missão Americana.

A Missão Caiuá mantém o Instituto Bíblico para a formação de lideranças indígenas, o Hospital e Maternidade Porta da Esperança, o Centrinho que acolhe crianças indígenas subnutridas para recuperação e a Escola de Ensino Fundamental Francisco Meireles, primeira escola bilíngue do Brasil. Além disso, através de convênios com o Governo Federal, atende em parceria com a SESAI (Secretária Especial de Saúde Indígena) do Ministério da Saúde, 62% da população indígena brasileira nas áreas de saúde e saneamento básico.

Louvemos a Deus pela Missão Caiuá, cuja atuação na saúde indígena é referência em todo o território nacional.

Soli Deo Gloria

Rev. Ezequiel Luz

sábado, 3 de agosto de 2013

OS EVANGÉLICOS E O PAPA FRANCISCO

“As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20).

Uma irmã, presbítera, disse-me que estava encantada com a simplicidade do Papa Francisco. Aos poucos fui percebendo que não somente ela, mas vários evangélicos não se cansam de elogiar o bispo jesuíta de alma franciscana. Durante sua permanência no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Bispo de Roma, com seu jeito simples, seu sorriso aberto e suas mãos estendidas, conquistou o povo brasileiro, e não apenas os católicos, mas também evangélicos.

Possivelmente esse encantamento deve-se a tácita insatisfação dos evangélicos com seus líderes. O Papa é seguidor, arauto e praticante de uma ética rigorosa, da simplicidade e do compromisso com os mais pobres, princípios desenvolvidos por São Francisco de Assis, o santo católico que trocou uma existência de luxo pela renuncia aos bens matérias. No Brasil muitos líderes evangélicos de hoje levam uma vida de ostentação e riquezas.

Outra razão é que mesmo pertencendo a uma igreja milionária – a Igreja Católica Apostólica Romana tem muito dinheiro – o Papa ostenta uma vida simples. Ele mesmo carrega sua pasta de couro, usa sapatos bem gastos. A cruz sobre o peito é a mesma que sempre usou e feita de ferro, contrastando com a de ouro e pedras preciosas que os outros papas usavam nas grandes ocasiões.  O anel do pescador, símbolo do poder papal, que antes era feito de ouro maciço, agora é de prata dourada. Enquanto isso a maioria dos lideres evangélicos fazem questão de ostentar riqueza, poder e glória.

Outro motivo para a popularidade do Papa Francisco é que ele demonstra gostar de gente, de se relacionar com o povo, de dar e receber abraços. Usa gírias e fala de igual para igual com as pessoas. Já os atuais líderes evangélicos preferem a ostentação de títulos eclesiásticos que os separam do restante do povo.

Os evangélicos de hoje precisam urgentemente redescobrir o valor da simplicidade, virtude presente na vida de homens como Agostinho, Lutero e Calvino e de pessoas como Francisco, que mesmo tendo uma fé diferente do protestantismo histórico, comporta-se (pelo menos aparentemente) como homens de Deus deveriam se comportar.

Soli Deo Gloria

Rev. Ezequiel Luz