MEUS PARCEIROS

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A REMUNERAÇÃO DO VOLUNTÁRIO


Amarás o teu próximo como a ti mesmo.(Mateus 22.39)

“Meu coração fica em pedaços diante da situação das crianças do Centrinho (nome dado ao local onde ficam as crianças indígenas subnutridas e abandonadas). O que elas querem é um pouquinho de atenção, de carinho, de amor. Basta um gesto, um afago e elas abrem um sorriso imenso”, disse minha esposa a voltar de uma visita à Missão Evangélica Caiuá.  Ela não é Assistente Social, nem Diaconisa, nem trabalha na Prefeitura Municipal, mas dedica parte do seu tempo para angariar donativos distribuídos às pessoas necessitadas. Não recebe nenhum salário por isso.  A remuneração do voluntário é de outra espécie.

O trabalho voluntário é uma ação de cidadania e solidariedade, que enriquece a vida pessoal de quem o faz, e contribui para a transformação da sociedade. Segundo definição das Nações Unidas, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos”. Portanto ser voluntário é dedicar espontaneamente parte do tempo para trabalhar em prol do bem social e comunitário.

Existem críticas ao trabalho voluntário. Alguns entendem que a ONU ao conclamar pessoas a realizarem tarefas de maneira depreendida estão, na verdade, maquiando a incompetência do Estado e tirando a oportunidade de emprego dos desempregados. Mas mesmo assim o ganho social é inegável. A sociedade reconhece o voluntário como uma pessoa confiável. Alguém que pode ser procurado em momentos difíceis. Também o voluntário se firma como um cidadão responsável e disposto a lutar pelo bem estar de toda a comunidade.
O grande exemplo é o de Jesus Cristo. Ele doou sua vida em favor do homem com a intenção de salvá-lo da tirania do egoísmo. Por isso os cristãos devem seguir o Mestre sendo voluntários. Não é preciso ser especialista em algum assunto e nem disponibilizar de muito tempo para essa atividade. Basta ter interesse em ajudar o próximo. Há muitas formas de participar. Colaborando com algum departamento interno da igreja, doando sangue, auxiliando alguma instituição social, cooperando com uma escola pública, visitando enfermos em um hospital. A remuneração é a satisfação interior de sentir-se útil e o prazer de ajudar o próximo, a comunidade, a igreja e a sociedade a serem melhores.

Hoje, dia 28 de agosto comemora-se o Dia Nacional do Voluntário. Vamos prestar nossa homenagem a esses homens, mulheres, jovens que dedicam tempo e talento na realização de um trabalho solidário. A todos que trabalham na igreja, no hospital, na organização de assistência social, na escola pública tão somente pela alegria de ajudar o próximo nosso profundo respeito. Vocês são o reflexo do grande amor de Deus revelado em Jesus Cristo.
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz
(Adaptação de matéria do autor publicado na Alvorada nº 66/2011)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

SOLIDARIEDADE SEM LIMITES

 “Mas Jesus respondeu: Eles não precisam ir embora. Dêem vocês mesmos comida a eles” (Mt 14.16)


Quando estamos confortavelmente sentados no sofá da sala, vendo TV, e o noticiário apresenta imagens de crianças famintas, vivendo em condições sub-humanas,  o mínimo que sentimos é dó, pena. Às vezes, até construímos na face um ar de tristeza. Mas o que precisamos mesmo é de solidariedade sem limites.

Albert Schweitzer foi uma pessoa que ensinou, com o seu exemplo de vida, o que de fato é solidariedade. Nascido na Alemanha em 1875 formou-se em teologia e filosofia na Universidade de Strasbourg, onde também obteve seu grau de doutor. Aos trinta anos trabalhava numa das mais notáveis universidades européias, tinha uma grande reputação como músico e prestígio como pastor de sua Igreja. Em 1905, motivado por um pedido da África, que tinha carência de médicos, decidiu voltar aos bancos escolares e estudar medicina. Aos trinta e seis anos, junto com sua esposa que era enfermeira, embarcou para Lmbaréné, no Gabão. Em condições precárias, montou um consultório em um antigo galinheiro onde atendia os doentes e ensinava o Evangelho. Mas tarde conseguiu recursos para montar um hospital em uma área mais propícia, passando a atender os doentes com a ajuda de uma equipe de profissionais. Faleceu em 1965, aos noventa anos de idade e foi sepultado na mesma cidade onde serviu como médico e pastor.

Solidariedade é isso, é deixar a zona de conforto e buscar atender a necessidade do outro. Quando Jesus viu aquela grande multidão, ficou com muita pena deles, mas não ficou parado, agiu e curou os seus doentes. Mais tarde, os discípulos dizem: “Mestre, já é tarde, e este lugar é deserto. Mande essa gente embora, a fim de que vão aos povoados e comprem alguma coisa para comer”. E Jesus responde: “Sigam o meu exemplo. Eles não precisam ir embora. Dêem vocês mesmos comida a eles”. Eles encontraram um menino solidário que entregou tudo o que possuía: apenas dois peixes e cinco pães. Com essa oferta Jesus realiza um milagre e toda a multidão é alimentada.

Portanto, não há limites para a solidariedade. Quem quase nada tem, ainda tem o suficiente para ajudar o próximo. O que não podemos é ter conhecimento das carências do próximo e ficar apenas com dó e ar de triste. Ser solidário é agir, é providenciar meios e recurso para o bem estar do outro.

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz