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sábado, 16 de abril de 2011

CONTRADIÇÃO DO DOMINGO DE RAMOS

“E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!”(Mt 21.9)

Em um vídeo divulgado pelo Jornal Nacional da TV Globo, o atirador Wellington Menezes de Oliveira que atacou uma escola em Realengo faz a seguinte afirmação: “A nossa luta é contra pessoas cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem”. Pois foi exatamente o que ele fez. Covardemente aproveitou-se da bondade de funcionários da escola, da inocência e fraqueza das crianças incapazes de se defenderem e concretizou o que sua mente doentia havia planejado. À atitude oposta ao que se dissera anteriormente ou à discrepância e incoerência entre idéias e sentimentos damos o nome de contradição.

Pois bem. Hoje no calendário cristão é o Domingo de Ramos. Lembramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. As pessoas o receberam com honras de rei, espalhando folhas de palmeiras, símbolo da vitória, e suas próprias vestes pelo chão. Essa atitude do povo é a expressão mais clara da contradição que havia entre a expectativa da redenção imaginada pelo homem e a que Deus planejou para salvar a humanidade.

A vitória que os compatriotas de Jesus imaginavam era muito pequena perto daquela que ele veio conquistar. Também a maneira pela qual ela seria alcançada era totalmente diferente daquela imaginada pelos lideres da época. A redenção do povo não seria alcançada pela força das armas, mas por sua morte na cruz. Jesus veio para libertar toda a humanidade e para reconciliar todas as pessoas com Deus. Jesus veio ao mundo, assumiu a forma humana, foi obediente até a morte. Assim conquistou a vitória. Essa é a maneira de Deus agir. Algo totalmente inimaginável para o ser humano.

O homem que entra em Jerusalém, assentado em um jumentinho e aclamado como rei, naquela mesma semana ouviria da mesma multidão: “Crucifica-o. Crucifica-o”. Depois de receber toda sorte de castigo, gozação e uma coroa de espinhos, seria crucificado. Na sua cruz escrevem: “Este é o Rei dos Judeus”. Mas o verdadeiro Rei, o redentor de todo o povo, emergiria do túmulo no Domingo de Páscoa. Com ele a vitória sobre a morte, sobre a injustiça, sobre o pecado que nos separa de Deus. Essa vitória, conquistada por Jesus é para toda a humanidade.
O Domingo de Ramos é uma oportunidade para refletir sobre as nossas contradições. Muito do que declaramos, confessamos e prometemos no culto não tem correspondência com o nosso dia-a-dia. Também as nossas expectativas quanto ao que é benção não são as que Deus tem preparado para nós. No Domingo de Ramos devemos confessar nossos pecados e receber a Jesus como Rei que nos libertou plenamente,  e nos dispormos a servi-lo com tudo o que temos e tudo o que somos.

Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom, muito bem escrito, como é bom ler textos como este, parabéns mais uma vez.
Precisamos em nosso mundo mais pessoas com estes pensamentos.