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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A FÉ NÃO PRECISA DE PROPAGANDA

“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1Co 2.4-5).

Estou de volta com as pastorais. Acho que passei por um período de depressão pós-férias. É isso mesmo. Depressão pós-férias. Você volta das férias e sente uma falta de energia inexplicável e um desânimo enorme ao cumprir suas obrigações. Segundo estudo realizado pela Isma - BR (International Stress Management Association no Brasil), instituição voltada para a investigação do estresse, esse mal já aflige 23% dos brasileiros. É mais um mal atribuído ao estilo de vida peculiar ao nosso século.

Outra característica do nosso tempo é a valorização da imagem. As pessoas gastam muito dinheiro para ter um corpo bem definido, uma imagem positiva, bela, com a finalidade de obter sucesso pessoal e profissional. As empresas também gastam muito dinheiro com propagandas, cada vez mais sofisticadas com o objetivo de convencer os consumidores a adquirirem seus produtos. Acredito que hoje, mais do que em outra época, vale a afirmação de que a propaganda é a alma do negócio. Muitas pessoas compram não o que é necessário, mas o que é imposto por meio de propagandas bem elaboradas.

No meio cristão esse fato também é percebido. Muitas pessoas estão comprando a fé com maior visibilidade promocional, a que mais convence ou a mais vantajosa. As igrejas que mais crescem são aquelas que possuem habilidades no uso de ferramentas de marketing. Parece-me que o apóstolo Paulo já se preocupava com essas questões quando escreveu a primeira carta aos Coríntios. Ele desejava que os cristãos de Corinto tivessem uma fé pura, sincera que não se baseasse em “linguagem persuasiva” (2.4). A linguagem da propaganda visa o convencimento através da persuasão e do embelezamento do que é anunciado. Para evitar enfeites que podem ofuscar o Evangelho ele evitou “ostentação de linguagem ou de sabedoria” (2.1). Resolveu esquecer tudo, a não ser “Jesus Cristo e este crucificado” (2.2).

Para o apóstolo a propaganda não é a alma do negócio. Especialmente, quando se trata da proclamação do Evangelho.  Sua mensagem não foi anunciada com a linguagem da sabedoria humana, mas com provas firmes do poder do Espírito de Deus (2.4). Poder que fez Jesus ressurgir de dentre os mortos. A ressurreição de Cristo é a base da nossa fé. Se estivermos firmados em Cristo temos condições não somente de superar a depressão pós-férias, mas principalmente,  de discernir o que é proclamação do evangelho e o que é apenas propaganda. A fé em Jesus Cristo, crucificado e ressurreto, é o que importa. Essa fé não precisa de propaganda. Amém!

Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

VISAGEM

No meu delírio
Volto meu olhar para fora

VEJO ...

Paisagens que não visitei
Lugares que não conheci
Ruas por onde não passei
Pessoas que não reconheci

Em minha viagem
Com o rosto na janela

VEJO ...

Paisagens diminutas
Lugares horríveis
Ruas prostitutas
Pessoas desprezíveis

Ezequiel Luz

Pintura: Salvador Dalí - Visagem paranóica