MEUS PARCEIROS

terça-feira, 12 de outubro de 2010

ESTILO DE VIDA RADICAL


"Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui" (Atos 17.6b)

Ao lado de um Brasil promissor, de economia emergente, com lugar destacado entre as futuras grandes potências mundiais, existe outro Brasil, menos promissor que vive sob um manto de problemas sociais graves. Violência, criminalidade, desemprego, desigualdade social, discriminação, falta de escolaridade, são alguns dos problemas crônicos que afetam os pilares da sociedade brasileira, emperram o desenvolvimento econômico e desgastam a imagem do país no Exterior. O Brasil precisa, com urgência, de uma ação social corajosa, firme e determinada com foco na segurança e na qualidade de vida. Sem, contudo, perder de vista o objetivo de oferecer igualdade de oportunidades a todos os brasileiros.

Ao comparar a atual situação do nosso país com situação do mundo onde a Igreja floresceu, percebo um contexto não muito diferente da realidade que vivemos. Na região onde surgiu a democracia, o poder se concentrava cada vez mais nas mãos de poucos e a religião tornava-se personalista com o culto ao imperador. O governo construía cidades, grandes artérias de comunicação, promovia cultura e entretenimento ao povo. A “pax romana” prometia paz, tranqüilidade, liberdade religiosa, desde que não atentasse contra os interesses do estado.

Dentro desse contexto monolítico, o Império Romano começava a dar sinais de desintegração. Vozes discordantes de um povo oprimido se faziam ouvir cada vez mais. Os bárbaros começavam a se mobilizar e mais tarde contribuiriam com a derrocada do Império Romano. Em meio a esse clima de pompa e descontentamento, um grupo de homens e mulheres anunciava ser Jesus o Cristo, o Senhor. Diziam ser necessário que ele morresse e ressuscitasse para concretizar sua missão. Esse grupo, acusado de transtornar o mundo inteiro (At 17.6,7), era chamado “do caminho” e mais tarde veio a ser conhecido como cristão. A mensagem que possuíam não era apenas verbal. Apesar de imperfeitos e de compreensão limitada quanto às implicações da tarefa que haviam recebidos, eles comunicavam ao mundo da época um estilo de vida radicalmente diferente.

Hoje, vivendo um tempo também contraditório, com euforia pelo crescimento econômico e perplexidade diante dos graves problemas sociais, precisamos da coragem dos primeiros cristãos.  Para esse tempo a ordem do Senhor de anunciar as Boas Novas do Reino continua valendo. Obedecê-la é fundamental para a sobrevivência da Igreja. Sendo assim, os cristãos deveriam sentir uma compaixão e uma dor profunda quando o ser humano é vítima da violência, privado de liberdade, educação, saúde, alimentação, moradia. Também deveriam ter o mesmo sentimento quando o ser humano é levado a viver alienado de Deus, por meio da ignorância ou rejeição do evangelho.

Para uma ação evangelística corajosa, a igreja precisa de uma boa base bíblica e teológica, oração incessante e um estilo de vida radical.

Soli Deo gloria
Rev. Ezequiel Luz

Nenhum comentário: