MEUS PARCEIROS

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

BASTA DE VIOLÊNCIA

Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? (Hb 1.2 )



Muito cedo, na adolescência, conheci o horror que a violência provoca. Quando o Brasil venceu a Itália, na final da Copa do Mundo de 1970, eu, meu irmão e mais um amigo chamado Jurandir saímos para comemorar junto com o povo nas ruas de nossa cidade. Na volta, de madrugada, vínhamos conversando animadamente. Estávamos há uns trezentos metros de nossas casas, quando em uma esquina na rua de cima, alguém gritou: “Ei! Aqui vagabundo nenhum pode andar falando alto”. O Jura, assim ele era tratado, se vangloriando da sua força física respondeu: “Vagabundo é você meu! Vou te dar um cacete pra você aprender a não mexer com quem não conhece”. E partiu para cima do rapaz, não dando ouvidos ao que eu e meu irmão dizíamos: “Jura deixa disso, vamos embora”. De repente, detrás de uma pilha de tijolos, um bando de aproximadamente vinte garotos, atacam o Jura com pauladas, socos e pontapés. Saímos correndo sem olhar para trás! Éramos acompanhados pelo som ofegante de nossa respiração e pelos gritos do Jura. Entramos em casa e fomos logo para o nosso quarto com o sentimento de segurança e proteção.

Hoje, quando me lembro desse fato penso na igreja. Diante de situações que exigem um posicionamento firme, a igreja corre para o templo. Nesse ambiente de proteção e segurança ora, canta, dança, ouve mensagens edificantes numa tentativa de abafar o som do grito que vem das casas, das ruas, esquinas e becos de nosso país. Mas não dá mais para suportar. Temos que dar um basta a essa onda de violência.

Não tenho clareza sobre o que a igreja instituição pode fazer. Mas quero aqui sugerir algumas atitudes individuais. Inicialmente precisamos orar. Esta prática é tão inerente a vida cristã, que nem deveria ser mencionada. Paulo ensina que uma vida de paz é conseqüência da intercessão, especialmente em favor daqueles que estão investidos de autoridade (1Tm 2.2). Outra coisa é participar ativamente de organismos empenhados na construção de uma cultura de paz. E ainda, aproveitando o ano eleitoral, devemos empunhar a bandeira do voto consciente. Vamos analisar com muito cuidado as propostas dos nossos candidatos, principalmente o quesito educação. Investigue o que os candidatos (deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente) já fizeram e o que pretendem fazer com a educação. A mensalidade da escola particular que obteve a melhor nota do Enem 2009 é equivalente ao que o governo gasta em um ano com um aluno da rede pública. Investimentos baixos na educação requerem investimentos altos na segurança pública.

O Jura suportou a violência e escapou com vida. E a nossa sociedade será que ainda suporta? Chegou o momento de darmos um basta à violência e clamarmos: Até quando Senhor!

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O PAI E O PARDAL

Até o pardal achou um lar, (...) para abrigar os seus filhotes, um lugar perto do teu altar, ó Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus. (Salmos 84:3)

Terminal rodoviário da Barra Funda, São Paulo. Enquanto aguardava o ônibus para Dourados, resolvi tomar um lanche. Na lanchonete em frente aos guichês de venda de passagens, ocupei uma mesa do lado de fora. Estava terminado o lanche quando um pardal pousou no chão. Uns três metros de onde estava. Fiquei observando. O pardal paulistano é diferente. Suas cores eram bem nítidas, mais limpas. Aqui em Dourados eles possuem um tom mais avermelhado. Culpa, talvez, da cor da nossa terra. Mas o comportamento dele era o mesmo dos nossos. Ele veio saltitando, arisco, olhando para todos os lados. Até que de repente pegou uma casquinha de pão e voou. Momentos depois ele voltou. Peguei um pedacinho da batata chips que estava comendo e atirei no chão. O pardal veio saltitando, arisco, olhando para todos os lados e ... pegou a batata e voou levando-a para os filhotes.

O pardal é a mais familiar das aves, encontrando-se em todos os locais habitados por pessoas. Pode ser uma metrópole como São Paulo ou uma cidade interiorana como Dourados. Aquele pardal, ali na rodoviária paulistana, estava se arriscando para dar o que comer aos seus filhos. O Salmista diz que até o pardal, a mais comum das aves, buscou um lugar para abrigar os filhotes perto do altar do Senhor.

Esse fato me fez pensar sobre a tendência moderna da qualificação. A largada da corrida em busca da qualificação para o mercado de trabalho foi deflagrada. Há inúmeros cursos de treinamentos em diversas áreas. A igreja também não escapa a essa tendência. Temos cursos de treinamentos para o homem, para a mulher para os casais, para os pais, para administrar o dinheiro da casa. Todos com fundamentação bíblica visando qualificar a família cristã.

Mesmo assim, encontro pessoas desapontadas, principalmente os pais. Com toda a qualificação recebida não conseguem êxitos na educação dos filhos. Parece-me que o problema é a confiança na qualificação. O rei Salomão ensina que os homens preparam os cavalos para a batalha, mas quem dá a vitória é Deus (Pv 21.31). Portanto, mesmo sendo qualificados os pais precisam depender de Deus para executar a tarefa de educar filhos. A melhor maneira para viver e ensinar essa dependência é fazer o que o pardal faz. Buscar um lugar perto do altar do Senhor para abrigar os filhos, isto é, encontrar tempo para orar por e com os filhos.

Permita-me fazer-lhe um apelo. Se você é pai, aproveite o dia de hoje, Dia dos Pais, de uma forma diferente. Assuma o compromisso de, todos os dias, proteger seus filhos perto do altar do Senhor.

Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz