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sábado, 23 de janeiro de 2010

DIANTE DO SOFRIMENTO DOS HAITIANOS

“Sentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande” (Jó 2.13).

A cada noticia sobre a destruição em Porto Príncipe e a cada imagem do povo haitiano pelas ruas, chorando, saqueando, brigando meu coração entristece. A cada resgate com vida de crianças e idosos, surge em meu coração uma centelha de esperança. O que dizer diante de tanta dor e sofrimento?

Não digam o que disse Motesquieu justificando o trabalho escravo imposto pela França aos haitianos na produção de açúcar. "O açúcar seria demasiado caro se não trabalhassem os escravos para sua produção. Esses escravos são negros desde os pés até a cabeça e têm o nariz tão esmagado que é quase impossível ter deles alguma pena. Resulta impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma e, sobretudo, uma alma boa num corpo inteiramente negro".1

Não digam o que disse Robert Lansing, então secretário de Estado dos EUA, para justificar a ocupação militar no Haiti em 1915. O secretário explicou que a raça negra é incapaz de se governar por si mesma, que possui "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". E um dos responsáveis pela invasão, William Philips arrematou: "Esse é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que tinham deixado os franceses". 2

Principalmente, não digam o que disse o pastor Pat Robertson ao afirmar que os haitianos só conseguiram se libertar do domínio da França porque fizeram um pacto com o diabo. “Os haitianos revoltaram-se e conseguiram libertar-se. Mas, desde então, foram amaldiçoados com coisas atrás de coisas”. 3

Diante da dor e do sofrimento dos haitianos temos que seguir o exemplo dos amigos de Jó. Quando Elifaz, Bildade e Zofar souberam da desgraças acontecidas com Jó combinaram fazer-lhe uma visita. Ao constatarem os estado deprimente do amigo, sentaram no chão, ao lado dele, e ficaram sete dias e sete noites em silêncio.

Diante da dor e do sofrimento dos haitianos, nós, cristãos autênticos, devemos, em sinal de tristeza, permanecer em silêncio e oração. E inspirados por Deus devemos agir, como pudermos, para socorrer o povo haitiano e ajudá-los na reconstrução do seu país.

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz
1. Citado por Eduardo Galeano www.cese.org.br
2. Idem
3. www.overbo.com.br

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