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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A VEZ DO CONTRACHEQUE

“Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós” (Juízes 9.14).

Dever cívico cumprido. Escolhemos os representantes que administrarão pelos quatro anos seguintes a esfera pública mais ligada à vida cotidiana do cidadão: a cidade. Votamos em prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Depois de eleitos e empossados eles tomarão decisões acerca de temas importantes como iluminação e conservação das ruas, coleta de lixo, educação básica e saúde. Agora vem o show da tecnologia brasileira para eleição. Certamente em poucas horas conheceremos os eleitos.

Nas cidades onde haverá segundo turno o povo terá que repetir o procedimento. Os dois mais voltados sairão imediatamente atrás de apoio dos que não passaram para o segundo turno. Vários segmentos da administração municipal serão usados como moeda de troca. Para as cidades onde não haverá segundo turno, começa agora a vez do contracheque. É isso mesmo! Contracheque, aquele documento emitido por firma comercial, repartição publica, ou indústria especificando valores de salário e deduções. De posse desse documento o funcionário sente-se autorizado a receber o que lhe é devido. Os partidos da chapa vencedora apresentarão seus contracheques eleitoreiros para receber os cargos prometidos durante as negociações.

O apólogo de Jotão (Jz 9. 8-13) é muito apropriado para um momento como este. Ele conta que as árvores foram ungir para si um rei. Escolheram um espinheiro que não tinha condição de protegê-las e, o que foi pior, trouxe-lhes sofrimento. Mesmo tendo dominado as paixões, analisado as idéias e propostas dos candidatos e votado com consciência corremos o risco de ter espinheiros governando nossas cidades. Com eles uma equipe não escolhida pelo povo, mas que de posse do contracheque eleitoreiro irão receber seus cargos.

Como cristãos, sabemos que a solução para os males que afligem os habitantes de nossas cidades, não está em novo prefeito, novos vereadores, novas equipes. A Bíblia ensina que o coração do homem é enganoso, e desesperadamente corrupto (Jr 17:9). No entanto, o ensino de Jesus é claro: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não” (Mt 5:37). Em outras palavras Jesus esta dizendo que o cristão precisa tomar uma posição. Não pode cruzar os braços, ser indiferente, alheio ao momento do contracheque.

Como cristãos, é parte do nosso dever cívico, orar para que os eleitos tenham discernimento na escolha do secretariado. Onde houver segundo turno orar para que tenham um mínimo de dignidade na construção das alianças. Depois da posse os cristãos devem ficar atentos e profeticamente denunciar todo pecado, seja do prefeito, dos vereadores ou dos grupos políticos e econômicos que lhes dão sustentação. Com uma postura firme e profética da igreja, mesmo sendo governado por um espinheiro, pode-se ter um bom governo municipal.

Que Deus nos dê coragem e nos abençoe!


Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz

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